Tribuna do Norte – Na
contramão do que ocorreu até o fim de 2015, o proletariado informal no Rio
Grande do Norte encerrou o ano de 2017 em ascensão. Dos 1,3 milhão de
trabalhadores inseridos no mercado privado local no quarto trimestre do ano
passado, 627 mil se dividiam em ocupações precárias, sem nenhum vínculo
empregatício ou garantia previdenciária. O número corresponde a 50,2% da massa
trabalhadora ativa, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE).
Num dos efeitos da crise econômica, ao longo do ano
passado, o quantitativo de trabalhadores domésticos informais chegou a 69 mil,
um número recorde. Egressos, a maioria deles no mercado formal, eles tiveram
que se adequar à nova realidade e obtiveram ganhos mensais médios de R$ 471.
Das 93 mil pessoas que desempenhavam tal função no estado, somente 25 mil
estavam formalizadas. Enquanto o número de informais subiu, o número de
registros de Carteira de Trabalho assinadas caiu. Os reflexos disso vão além da
economia.
“Metade dos nossos trabalhadores não tem garantias
trabalhistas mínimas, não tem os direitos previdenciários garantidos. Qual será
o futuro dessa população quando chegar a época da aposentadoria?”, questiona o
economista Aldemir Freire. Do universo de 1,3 milhão de trabalhadores
espalhados pelo Rio Grande do Norte, 54% tinham recursos recolhidos à
Previdência Social até o fim do ano passado. Cerca de 620 mil homens e mulheres
de todas as idades, funcionários de si mesmos ou de outrem, não contribuíram
com um centavo sequer.