O problema é que boa parte deste
excedente vem sendo desviado para cobrir outras despesas, especialmente de
ordem "financeira", condena a professora e pesquisadora do Instituto
de Economia da UFRJ, pelo qual concluiu a sua tese de doutorado "a falsa
crise da Seguridade Social no Brasil: uma análise financeira do período 1990 –
2005". Na
sua entrevista para o jornal da UFRJ, a pesquisadora Denise Gentil afirma que:
"A ideia de falência dos sistemas previdenciários públicos e os ataques as
instituições do walfare states tornaram-se dominantes em meados dos anos 1970 e
foram reforçados com a crise econômica dos anos 1980. O pensamento liberal-
conservador ganhou terreno no meio político e acadêmico. A questão central para
as sociedades ocidentais deixou de ser o desenvolvimento econômico e a
distribuição da renda, proporcionado pela intervenção do Estado, para se
converter no combate à inflação e na defesa da ampla soberania dos mercados e
dos interesses individuais sobre os interesses coletivos. Um sistema de
seguridade social que fosse universal, solidário e baseado em princípios distributivista
conflitava com essa nova visão de mundo. O principal argumento para modificar a
arquitetura dos sistemas estatais de proteção social, construídos num período
de crescimento do pós- guerra, foi o dos custos crescentes dos sistemas
previdenciários, os quais decorriam, principalmente, de uma dramática
trajetória demográfica de envelhecimento da população. A partir de então, um
problema que é puramente de origem sócio-economica foi reduzido a um mero
problema demográfico, diante do qual não há solução possível a não ser o corte
de direitos, redução do valor dos benefícios e elevação de impostos".
A
pesquisadora ainda defende que os dados levantados na estatística do governo
estão errados e que existe manobra contábil que distorcem o calculo. De acordo
com a Denise Gentil "Tenho defendido a ideia de que o cálculo do déficit
previdenciário não está correto, porque não se baseia nos preceitos da
Constituição Federal 1988, que estabelece o arcabouço jurídico do sistema de
Seguridade Social. O calculo do resultado considera apenas a receita de
contribuição ao Instituto Nacional de Seguridade Social que incide sobre a
folha de pagamento diminuindo dessa receita o valor dos benefícios pagos aos
trabalhadores. O resultado dá um déficit. Essa, no entanto, é uma equação
simplificadora da questão. Há outras fontes de receita da Previdência que não
são computadas neste calculo".
Num
momento em que o país passa por uma crise econômica capitalista, o governo
golpista de Michel
Temer anunciou que sua prioridade é impor ataques
brutais na previdência social, torna pesquisas como da Denise Gentil são de
extrema importância para poder combater argumentos que tem como interesse
retirar os nossos direitos. É preciso desmascarar os interesses que estão por
trás do ataque que Temer que
impor na previdência, mas também os interesses que estão atrás deste governo
golpista.
Esta
farsa que a pesquisadora Denise Gentil desmascara, só mostra que a burguesia em
momentos de crise econômica não pensa duas vezes em fazer com que os trabalhadores
e os demais setores populares da sociedade paguem por crises que ela não criou.
Conforme viemos discutindo neste site, é preciso deixar de pagar a divida do
Brasil, assim como taxar a fortuna dos grandes empresários e banqueiros para
dar uma resposta efetiva para a crise econômica.
Outro
ponto interessante de sua tese é o argumento de que o dinheiro da Previdência é
usado para cobrir despesas de "ordem financeira". Além de mostrar que
os grandes capitalistas são verdadeiros parasitas que se deixarmos usufruem dos
nossos direitos, mostra também que os mesmos além de enriquecer de todas as
maneiras possíveis, também enriqueceram com os nossos direitos, portanto o que
só afirma que os trabalhadores e demais setores populares da sociedade não
podem pagar pela atual crise econômica que o país está passando.
A
única saída para que isso aconteça são as lutas dos trabalhadores e demais
setores populares da sociedade. É preciso prestar solidariedade ativa a cada
luta que está em curso no país, assim como preparar uma grande guerra para
poder derrubar este governo golpista de Temer .
Como colocamos em diversos textos publicados neste site, não queremos um
"Volta Dilma ",
mas sim uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana imposta através das lutas
dos Trabalhadores capaz de fazer com que os trabalhadores decidam os rumos do
país, incluindo a Previdência.
esquerdadiario