22 de julho de 2019

Pacientes com câncer de mama invasivo têm novo tratamento no Brasil

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) acaba de aprovar um novo tratamento para pacientes com câncer de mama do tipo HER2-positivo em estágio inicial que apresentam doença residual invasiva mesmo depois de ter passado por terapia medicamentosa prévia à cirurgia.
O medicamento injetável chamado T-DM1, produzido pela Roche, reduziu em 50% o risco de recorrência do câncer ou morte nessas pacientes, de acordo com os dados do estudo Katherine, publicados em dezembro no New England Journal of Medicine e que embasaram a decisão da agência regulatória brasileira.
A novidade é considerada pela comunidade científica o maior avanço em 15 anos para essas pacientes.

Ao contrário da quimioterapia convencional administrada de forma sistêmica e que pode agir em todas as células do organismo, a quimioterapia do T-DM1 é liberada seletivamente no interior das células cancerígenas.
A precisão desse mecanismo de ação permite que as pacientes apresentem menos efeitos colaterais, como a queda de cabelo, em comparação com a quimioterapia tradicional. No estudo Katherine, em três anos, 88,3% das pacientes tratadas não tiveram retorno do câncer de mama ou morte comparados a 77% tratadas com a terapia padrão anterior.
“Esta é a primeira terapia anti-HER2 aprovada especificamente para essas pacientes, que possuem maior risco de recorrência do tumor. Os resultados são promissores e colocam o T-DM1 como o novo padrão de tratamento para esses casos. É a principal mudança na prática clínica em face da doença HER2 superexpressa desde o lançamento do trastuzumabe no contexto adjuvante (após a cirurgia), há quase 15 anos”, ressalta o oncologista clínico Max Mano, do Hospital Sírio-Libanês, que participou do estudo.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), cerca de 60 mil novos casos de tumores de mama são diagnosticados ao ano no Brasil. O tipo HER2-positivo é uma forma particularmente agressiva da doença, quando não tratada adequadamente, e afeta em torno de 15% a 20% das pacientes.